sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Quoi faire?

Aqui estamos, de saída de mais um annus horribilis.
Aqui estamos, à entrada de mais um annus horribilis.
E o problema é não podermos, sequer, ficar no meio.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Grafologia cibernética

Na página do facebook pedem-se citações favoritas. De repente, saltaram-me três: "Saravah!", de Vinicius de Moraes; "I shall return!", de Mac Arthur e "Devagar se vai ao longe" (popular), que compus com um aditamento entre parêntesis: (se tivermos tempo).

Isto das citações preferidas é como a referência às pessoas a quem os artistas de Hollywood agradecem o Óscar, pede-se desculpa por faltarem alguns nomes. Qualquer dia há-de haver grafólogos cibernéticos, que pela rapidez do teclar e inclinação da mão sobre o teclado analisarão o que nos vai na cabeça e nos levou a escrever o que escrevemos.

Até lá, a única maneira de o sabermos é através dos telegramas das embaixadas norte-americanas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

What does it leak?

Sim, eu sei, era demasiado rebuscado. Afinal, toda a gente pensa o contrário e opina-se para aí com força acerca dos malefícios da quebra do sigilo como condição para negociar, etc.

No entanto, ainda não consegui encontrar nas revelações do Wikileaks algo que contribua para diminuir ou turvar a imagem dos Estados Unidos; pelo contrário, as preocupações com os regimes despóticos ou presas do narcotráfico, os comentários pouco abonatórios acerca de figuras públicas pouco abonatórias, ou o relevo dado ao receio ante a ameaça nuclear do Irão, pelos vistos partilhado por muitos países da região do Golfo, parecem inculcar a ideia de que os americanos andam preocupados com o que nos preocupa a todos.

De modo que esta ideia, estranha e ao mesmo tempo deliciosa, de que os serviços secretos americanos deram uma ajudinha ao Assange, não me sai da cabeça...